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Empregos verdes e o dia do profissional do clima

Reunião mensal Conferência Brasileira de Mudança do Clima, realizado no dia 27 de outubro de 2020, realizado pelo YCL e Instituto Ethos.



Contextualização:

O aumento da frequência de eventos climáticos extremos já é uma realidade em vários lugares do planeta, trazendo desafios que demandam cooperação entre os diferentes atores e setores da sociedade. Apesar dos jovens representarem a maior parcela da população mundial, eles enfrentam barreiras adicionais para assegurar emprego e segurança econômica, ao mesmo tempo em que enfrentam futuros incertos devido às externalidades da crise climática.


Se a colocação profissional já era mais difícil para jovens, a pandemia do COVID-19 piorou ainda mais esse cenário: No Brasil, a taxa de desemprego dentre esse grupo deve subir de 27,7% no primeiro trimestre para 38,8% no terceiro trimestre, segundo a consultoria LCA. Serão 7,9 milhões de pessoas de 14 a 25 anos em busca de trabalho — frente aos atuais 5,5 milhões. A pandemia da COVID-19 também alertou para o quão insustentável e injusta nossa sociedade é, fragilidades essas que podem exacerbar os já grandes impactos da crise climática. O desafio da colocação profissional de jovens e o desenvolvimento de empregos verdes foram o assunto da reunião do mês de outubro do ciclo de debates da CBMC 2020.


Confira a gravação da reunião na íntegra:


Palestrantes:


Cassia Moraes - Founder and CEO - Youth Climate Leaders

Gabriela Sampaio - Gerente do Programa de Soluções Inovadoras (PSI) - Fundação Amazonas Sustentável

Danilo Farias - Advogado Ambientalista e Ativista Climático - Fellow Youth Climate Leaders e Instituto Alana

Osmar Bambini - Chefe de Inovabilidade - Sintecsys



Apresentações:


Boas vindas e apresentação - Dia do Profissional do Clima

Cassia Moraes - Youth Climate Leaders


● Cassia começa sua fala apresentando o “Dia do Profissional do Clima” evento que tem o intuito de trazer o jovem para o campo de trabalho climático. Assim o evento procura ser um centro de divulgação de vagas de trabalho para jovens /ou profissionais em transição de carreira.


● Argumenta que se quisermos chegar a neutralidade de carbono esperada ainda nesse século vamos precisar de mais milhões de novos profissionais e profissionais que já estão trabalhando com algo ser requalificados para ajudar nessa tarefa.


● O YCL foi criado para combater a crise climática ao mesmo tempo que gera oportunidades profissionais, são dois problemas que estão entre os principais, inclusive ressaltado pelo Fórum Econômico Mundial.


● O desemprego entre jovens de 14 a 21 anos no Brasil, nesse terceiro trimestre, vai subir para um 38% que seria 7,9 milhões de jovens sem emprego. Quando falamos de desemprego são os jovens que procuram empregos ativamente, fora os que não procuram empregos e não estão nem estudando.


● 41% dos jovens com ensino superior consideram que não tem emprego qualificado, isso mostra que jovem que entra no mercado de trabalho com crise econômica, se não tiver cuidado e coalizão entre governos, empresa e 3º. setor para acolher esse jovem, pode ter sua vida inteira prejudicada. Como seu salário, estando abaixo do que poderia ser se adentrasse o mercado de trabalho em outro cenário político/econômico.


● Então, procura-se transformar a emergência climática em oportunidade, assim também respondendo ao desemprego estrutural. São dois grandes desafios complementares. Já que é necessário ter pessoas capacitadas para resolver esse desafio e como nós fazemos isso? Treinamos e conectamos jovens com a oportunidade de construir carreira climática, isso através de 3 pilares: 1) Jornadas de aprendizagem, 2) Rede Global YCL e 3) Oportunidades Concretas.


● Com a pandemia, o YCL, se adaptou rapidamente ao modelo EAD e em duas semanas todo o curso estava online.


● Sobre o acesso à oportunidades concretas de empregos na área. O YCL trabalha seja por field placements, estágios ou vagas com parceiros.


● O YCL e seus cursos estão em mais de 20 estados do Brasil.


● Jovens comentam da exigência do contratante na hora de procurar emprego, como exemplo a super capacitação que muitas vezes é cobrada, pedir 10 anos de experiência de trabalho para uma vaga para pessoas de 22 anos.


● A proposta do YCL é oferecer uma maneira de conhecer o que estas organizações procuram e o que disponibilizam relativo às vagas de emprego.


● O Dia do Profissional do Clima não é apenas um show room de vagas, diversos convidados ao redor do mundo trazem temas interessantes da atualidade, além de ser um evento gratuito e ficará disponível no canal de Youtube do YCL.


● O Dia do Profissional do Clima conta com 200 mil participantes ao longo das 24h com 100 organizações engajadas, mais de 500 oportunidades de empresas divulgadas, 100 influencers e celebridades comentando o evento e 10 países alcançados pelas atividades.


● Slogan do ano: tem quem trabalhe com clima, mas entender sobre clima é uma competência de qualquer profissional do futuro. Em um futuro próximo todos nós seremos profissionais do clima. Melhor começar agora e ter essa vantagem.


Como manter a floresta em pé pode gerar novos e melhores empregos

Gabriela Sampaio - Fundação Amazonas Sustentável


● Gabriela sinaliza que a abordagem será dentro da perspectiva do capital natural e bioeconomia como uma possibilidade de alavancar a geração de valor e recurso, além de auxiliar na mitigação das desigualdades sociais através da geração de empregos, no caso, empregos verdes.


● Ressaltar principalmente a questão da valorização da floresta em pé, apoiando qualidade de vida das populações tradicionais, ribeirinhas, que residem no território ao mesmo tempo que incentivar a geração de empregos.


● Comenta que achou curioso que a maioria dos empregos no setor ambiental são voltados para questões como: água, saneamento básico e gestão de resíduos. Sente muita a ausência do setor florestal. Apenas 6,4% das vagas de trabalhos ambientais são destinados à área florestal.


● Devemos olhar para a questão da bioeconomia como vetor de desenvolvimento econômico, para que tenha uma interiorização da temática gerando novos empregos e novas oportunidades.


● Com a provocação do YCL, Gabriela comenta o recorte de empregos verdes para a população jovem. Ressalta alguns recortes, jovens do território e jovens de outras partes do país.


● Percebe um grande movimento no estado do Amazonas e na Amazônia como um todo para destravar o que vê como um pilar muito central. Já que existe este jovem e profissional que não está fixado no território, buscando novas oportunidades e buscando desenvolvimento muitas vezes fora de sua cidade natal por conta de dificuldade do cenário trabalhista.


● Também tem o jovem e profissional que está na amazônia profunda que trabalha com alguma cadeia produtiva, que tem esse apelo, que trabalha desde criança com o pai e com a mãe e também precisa ser desenvolvido. Ele entende, tem conhecimento tradicional sabe o que fazer e como fazer além de ser uma promessa de liderança da comunidade. Mas precisamos de alguns acessos. Então a fundação tem um papel super importante de proporcionar um pouco desses acessos.


● Sobre as atuais oportunidades de bioeconomia amazônica e também sobre como podemos cada vez mais engajar esses jovens, tanto o que está na cidade, tanto que está no território mais isolado, precisamos oferecer estímulos para que ele consiga se desenvolver e desenvolver o seu território.


● Por último sobre bioeconomia e de cadeias da sociobiodiversidade é interessante trazer a discussão, por existirem oportunidades e lacunas que a gente pode e deve endereçar além de casar muito bem com a temática de empregos verdes. Assim reforça a importância do próprio processo de inovação trazendo pesquisadores e estudantes da temática.


Dificuldades que os jovens passam para conseguir uma vaga na área de clima

Danilo Farias - Fellow Youth Climate Leaders e Instituto Alana


● Danilo é morador da reserva extrativista de Cassurubá, em Caravelas no extremo sul da Bahia. Desde cedo esteve envolvido com mobilizações pelo meio ambiente desde limpeza de praia até reuniões em conselho deliberativo da unidade de conservação. Uma especificidade desta resex, comenta Danilo é que a reserva extrativista de Cassurubá conta também com a área de proteção marítima de Abrolhos onde vivem pescadores, marisqueiras e quilombolas. Ressalta a importância que o contato com populações tradicionais tem em sua vida.


● Em sua fala, conta que começou e ter interesse em saber sobre as mudanças climáticas e como seus impactos afetam sua comunidade depois de ter se inserido nas redes das quais faz e fez parte: YCL e Laclima.


● Comenta que o YCL o ajudou a enfrentar as dificuldades de um jovem profissional do clima ao começar a observar alguns impactos ambientais em sua comunidade. Como por exemplo a perda de biodiversidade com o aquecimento das águas e aumento do nível do mar impacta diretamente a renda dos pescadores, marisqueiros, além de impactar o trabalho e ofício dos jovens. Com essa habilitação junto ao YCL, comenta como conseguiu olhar para sua realidade e ver, que como jovem precisa levar este tipo de informação para sua comunidade.


● Danilo é advogado ambientalista e atua no Instituto Alana, no programa Prioridade Absoluta, no eixo de justiça climática e socioambiental. O programa é uma proposta para a garantia à vida de qualidade à crianças através da justiça climática, assim pensando a criança como prioridade absoluta. Neste sentido pensa-se o clima como um direito intergeracional.


● Comenta que a comunidade em que vive não tem muito conhecimento sobre o fenômeno de perda de biodiversidade: “É algo complexo e devastador, eu enquanto jovem preciso me inserir nisso e enquanto profissional ver como eu posso ajudar minha comunidade.”


● Danilo conta a dificuldade que teve nas questões mais formais de encontrar um emprego. Tinha questões sobre de como montar e apresentar um currículo a uma empresa, como agir em uma entrevista. Neste sentido as redes das quais fez parte o auxiliaram nesse processo. “São dificuldades pontuais. A juventude tem muito potencial, mas precisa saber como colocar isso.” finaliza Danilo.


Empreender pelo Clima

Osmar Bambini - Sintecsys


● Osmar é chefe de inovabilidade da Sintecsys, uma startup paulista.


● Sobre inovabilidade, Osmar comenta que o termo significa a união da sustentabilidade com a inovação, já que inovação não é inovação se não é sustentável.


● Sobre mudanças climáticas, não é um problema do planeta é um problema da capacidade de sobrevivência humana e possibilidade de extinção.


● Ressalta a importância das novas tecnologias para a floresta, que estão surgindo, para todas essas áreas que não são urbanas.


● A Sintecsys desenvolveu uma solução que identifica focos de incêndios em florestas e plantações em um raio de 15km cobrindo 70mil hectares, é uma detecção automática feita através de câmeras de alta resolução que são instaladas em topo de torre que indicam a latitude e longitude exata. Essa solução envolve tanto a detecção automática como ferramentas de suporte para os brigadistas por que não basta uma detecção rápida, é preciso que haja uma ação rápida com segurança para que brigadistas cheguem no lugar certo e na hora certa com equipamento certo.


● Comenta em termos de emissões de GEE, são contabilizadas apenas emissões relacionadas à mudança do uso do solo e não há mensuração das emissões relacionadas aos incêndios. Mostra que até hoje nas mensurações nacionais, o que é levado em consideração é o desmatamento e não o incêndio, o fogo. Então, em anos mais secos as emissões de incêndios chegam a ultrapassar todos os setores da economia, inclusive o desmatamento.


● A principal causa dos incêndios florestais é antrópica, ou seja é origem humana e muitas vezes é intencional. “Não tenho medo de dizer que mais de 90% dos incêndios são por causa humana” afirma Osmar.


● A maior área que monitoram são áreas de reserva, um novo projeto se inicia no Xingu e estão trabalhando com o Ministério do Meio Ambiente do Governo Federal no enfrentamento dos incêndios no pantanal para o ano que vem.


● Comenta que um dos temas mais abordados recentemente são das novas tecnologias. O termo Green Tech foi cunhado buscando novas tecnologias urbanas, com objetivos como de redução dos danos industrial, ou até mesmo tecnologias de energias renováveis. Agora começaram a falar das Climate Change Techs e Startups e foi nessa circunstância que a Sintecsys começou a ser conhecida como Startup para o clima.


● O monitoramento de grandes áreas de preservação ambiental na época de incêndios se torna mais necessária ao evitar que essa fumaça chegue nas comunidades de entorno. Em 2020 com a crise sanitária de Covid-19 que causa graves problemas respiratórios pode ser potencialmente agravados com fuligem e fumaça dos incêndios florestais: “vira o que a gente chama a tempestade perfeita.” comenta Osmar.


● “Acreditamos que a educação é a base para que não existam incêndios dessa proporção no futuro. Então apoiamos o ODS 4 junto dessa questão de educação.” afirma Osmar.


● “Hoje as empresas, as startups surgem para agradar os grandes investidores, eu digo agradem o planeta, criem algo que vocês precisam e que o mundo precise, surge o termo não seja um unicórnio, seja um camelo, por que você tem que aguentar, ser resiliente e resolver um problema humano, não adianta mais trabalhar buscando lucro e crescimento por que isso não vai sustentar a vida.” Finaliza Osmar.


● “Worktivism” expressão que busca a união do trabalho com o ativismo. Aos jovens sugere que pesquisem estas temáticas. “Existe um mercado muito novo e amplo que vai oferecer diversas oportunidades nessa recuperação verde.


Sobre a Conferência Brasileira de Mudança do Clima (CBMC) e a Declaração do Recife

A Conferência Brasileira de Mudança do Clima (CBMC) em 2020 foi em formato 100% virtual, contando com diferentes atividades. Os encontros mensais, como a atividade desta presente ata, contaram com discussões mais longas e debates mais aprofundados. A CBMC também ocorreu no âmbito da Conferência Ethos, sendo transmitida todas às quintas-feiras a partir das 15h através do canal de Youtube do Instituto Ethos e continuará até o dia 17 de dezembro de 2020. Todas as atividades podem ser acessadas pelo canal do Youtube do Instituto Ethos (https://www.youtube.com/user/InstitutoEthos). Em novembro, tivemos dois dias, 05 e 12, estritamente dedicados às atividades da CBMC, foram dias de conversas ricas em conteúdo, diversidade de temáticas e de resiliência à mitigação e adaptação às mudanças do clima. Acesse mais informações em O Evento | Conferência Ethos 360° 2020.


A Declaração do Recife é o documento-produto da CBMC 2019 que conta com propostas de adaptação e mitigação às mudanças climáticas aos quatro setores que compõe a CBMC, empresas, governos, academia e o terceiro setor. Você ou sua instituição podem se tornar signatários e se comprometerem com o plano voluntário de redução dos impactos.

Em 2020 estamos realizando o monitoramento das organizações signatárias para que possamos acompanhar o desdobramento da implementação das ações. As respostas ao monitoramento serão públicas e compartilhadas através do site climabrasil.org.br. Acesse o site também para se tornar signatário e demonstrar suas atividades!


Relembrando a CBMC II 2020

● CBMC reuniões mensais realizadas em parceiria.

● Painéis dentro da Conferência Ethos desde julho de 2020, somando 25 semanas de evento. ○ Fortalecimento das temáticas e integração com outras áreas: integridade e direitos humanos.

● Atividade online exclusiva para CBMC 05 a 12 de novembro.

○ 17 painéis em dois dias e painel sobre moda sustentável

● 5 mil visualizações e visualizações únicas por volta de 800 nos dois dias de CBMC.

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