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Migração Climática: Ainda dá tempo de construirmos uma solução conjunta

Ter de se mudar de sua cidade ou país já é dificil por livre e espontânea vontade, imagina quando temos de fazer isso por conta de uma calamidade natural, um desastre ambiental ou mesmo ausência de meios de subsistência, deixando tudo para trás da noite para o dia. Partindo dessa premissa que começo a avaliar um tema que me bate muito forte no peito, pois sou imigrante e sei o quanto é dificil reconstruir uma nova vida em um lugar diferente ao que já estava habituada, no entanto com grande diferença, pois imigrei por escolha.


A crise climática já esta no nosso encalço, pois eventos extremos e migrações estão acontecendo por todo mundo, sendo que apenas em 2020, mais de 30 milhões de pessoas se deslocaram internamente por conta de desastres ambientas, sendo a grande maioria em países em desenvolvimento, aponta matéria do site na OIM (Organização Institucional para as Migrações) e ainda, estima-se que havéra mais de 216 milhões de migrantes climáticos internos em seis regiões, com quase 40% na África Subsariana.


A OIM divulgou antes da COP 26 a sua nova Estratégia Institucional sobre Migração, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas 2021-2030, descrevendo que “a OIM apoiará os Estados em seus esforços para ajudar e proteger aqueles, incluindo migrantes e deslocados internos, afetados pelos impactos adversos da mudanças climáticas, degradação ambiental e calamidades consequentes de desastres naturais”.


A mudança climática altera todo um modo de vida estabelecido, pois com ela vem as secas, as chuvas, inundações... O impacto é muito forte em áreas já deficientes de infraestrutura, resultando na necessidade de deslocamento por conta da impossibilidade de se manter naquele local, pois não se tem como plantar e colher e áreas se tornam inabitáveis. A exemplo da população da Mauritância que sofre com o calor extremo e as dunas do Saara que ocupam os povoados, forçando a população a se deslocar e também de outras cidades como Kuwait, Índia, Paquistão e Iraque que já sofrem com temperaturas acima dos 50ºC, como aponta algumas reportagens da BBC News no Youtube.


Ademais, a desigualdade social é vista quando se fala em mudanças climáticas, uma vez que as áreas mais afetadas estão entre os países vulneráveis e em desenvolvimento, como por exemplo o Brasil, a Síria, países do continente africano, Filipinas e entre outros. Ainda, um relatório divulgado pelo Banco Mundial realizado pela Groundswell 2.0, divulgado pela revista Um Só Planeta, prevê que “a região da África Subsariana poderá ter até 86 milhões de migrantes internos se os efeitos das mudanças climáticas não forem mitigados, sendo que no Leste Asiático e no Pacífico, esse número pode chegar a 49 milhões. Indicando na sequência que as regiões mais afetadas seriam: o Sul da Ásia (40 milhões), o Norte da África (19 milhões), a América Latina (17 milhões) e a Europa Oriental e Asia Central (5 milhões).”



Estima-se que os focos da migração climática devem surgir já no final desta década e se intensificar nos próximos 20 anos, aponta estudo Groundswell 2.0, divulgado na matéria do site da ONU.


A maioria dos estudos tem se concentrado nas migrações que tem por escopo aspectos políticos e sócioeconômicos, mas, atualmente estudiosos tem se concentrado em analisar alguns dados vindos das migrações oriundas de eventos climáticos, e isso é um grande avanço para discutirmos os impactos e buscar soluções para mitigá-los, como reforça o estudo apontado.


Veja que ainda dá tempo de solucionarmos a migração climática, pois se as ações certas forem tomadas neste exato momento, como por exemplo, reduzir a emissão dos gases de efeito estufa a nível global, se a longo prazo criarmos um inclusivo e resiliente plano de desenvolvimento urbano e rural para populações vulneráveis, se criarmos um plano para a migração, antes, durante e depois, a fim de assegurar a adaptação e o desenvolvimento em busca de resultados positivos, e ainda investir em políticas públicas feitos com e para as pessoas afetadas, baseada em evidências, pesquisas, consultas e modelos, temos muita chance de reduzir em 80% o número de pessoas forçadas a se deslocar de suas cidades natais, por conta dos eventos extremos causados pelas mudanças climáticas, aponta estudo Groundswell 2.0.


As ações são claras e os desafios são muitos, temos que encarar isso como algo que precisamos fazer juntos, se apoiando em encontros como a COP 26, para discutir e trazer soluções efetivas para o bem comum. O apelo por soluções é visível, haja vista a massiva participação nesta COP de movimentos independentes e de pressão popular por soluções concretas, todos estão atentos ao que esta sendo discutido na COP, e acredito que este movimento é ascendente, e temos que influenciar cada vez que os tomadores de decisão hajam em conformidade para que soluções como as destacada no estudo sejam realmente realizadas, espero ansiosamente!


SOBRE A AUTORA:


Larissa Silvestri, mãe, mulher feminista, advogada, imigrante, busco uma transição de carreira com sentido, acredito na força do fazer junto para soluções das mudanças climáticas.







As referências e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do/a autor(a).

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