Escrito por: Natalia de Miranda Grilli

Em 2017, a ONU declarou a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (Década do Oceano), a ocorrer entre 2021 e 2030. Uma década inteirinha para desenvolver a ciência que precisamos para alcançar o oceano que queremos. E que oceano é esse? Segundo a Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI-UNESCO, responsável pela organização da Década), trata-se de um oceano: I) Limpo; II) Saudável e Resiliente; III) PrevisÃvel; IV) Seguro; V) Produtivo e Explorado Sustentavelmente; VI) Transparente; VII) Conhecido e Valorizado por Todos. Para alcançar tais resultados, a Década buscará mobilizar recursos, parcerias, inovações tecnológicas e engajamento social de forma ampla, participativa e sem deixar ninguém para trás.
Desde a sua declaração, estão sendo realizados diversos eventos de organização e planejamento para a Década, tanto globais, quanto regionais e nacionais. Em novembro de 2019, houve o I Workshop Regional do Atlântico Sul de Preparação para a Década, no Rio de Janeiro, do qual eu tive a oportunidade de participar. Em âmbito nacional, quem está afrente da organização da Década do Oceano é o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Em 2020, estão sendo realizadas oficinas em cada região do Brasil, de modo a territorializar as discussões globais, respeitando as prioridades e realidades locais. De 5 a 9 de outubro, ocorreu a oficina da região Sudeste, da qual eu tive o privilégio de fazer parte, contribuindo com o Grupo de Trabalho VII – Um Oceano Conhecido e Valorizado por Todos. Foram 5 dias de trabalho em grupo ao vivo e assÃncrono para elencar quais os desafios prioritários do Sudeste, listar ações a curto, médio e longo prazo que possam ajudar a superá-los, bem como quais as parcerias e recursos necessários para tal.
A Década do Oceano é de todes e para todes. Em cada região estão sendo formados comitês de mobilização para a Década, que não são exclusivos para quem participou desses eventos, ou seja, são abertos a qualquer pessoa que queira se envolver com esse processo. Nós, jovens lideranças, temos o dever de ocupar esses espaços de discussão de modo a influenciar decisões e ajudar a construir um futuro mais sustentável para o nosso planeta. Até o momento, em todas as oficinas regionais da Década do Oceano, mulheres e jovens (de 25 a 34 anos) foram maioria entre os inscritos!
No canal do YouTube da Década do Oceano no Brasil, você pode conferir os principais resultados de cada oficina regional. Vamos juntes nessa jornada!

Natalia de Miranda Grilli é bióloga de formação. Mestrado em Oceanografia, com ênfase em gerenciamento costeiro integrado. Especialista em Gerenciamento Ambiental. Trabalha com educação ambiental em diferentes espaços e desenvolvimento e gestão de polÃticas públicas voltadas à conservação dos oceanos. Tem experiência em facilitação de grupos e eventos. Linkedin