
Talita iniciou a apresentação demonstrando que o setor de energia é responsável pela grande maioria das emissões globais de gases de efeito estufa. No Brasil, contudo, o cenário é diferente, uma vez que o setor mais emissor no país é o relacionado ao desmatamento e à mudança do uso do solo; contudo, quando este setor é desconsiderado, o Brasil assume um padrão de emissões parecido com a média global.
Na sequência, a palestrante apresentou a matriz energética brasileira, demonstrando que 46% dela é renovável, destacando-se a biomassa da cana-de-açúcar e a hidráulica. Isso coloca o país em uma posição de bastante destaque em relação à média mundial, cuja proporção de energia renovável é de 14%. Talita destacou também, que nos Estados Unidos, recentemente, o uso de renováveis ultrapassou o consumo de carvão para a produção de energia. Os dados estadunidenses demonstram a tendência de transição energética, que também se reflete no Brasil.
Talita demonstrou que essa transição também se reflete no campo dos investimentos. Segundo os dados apresentados, o retorno do investimento em energia renovável é 72% maior do que as fósseis. Por outro lado, as fontes fósseis recebem 36 vezes mais subsídios, na média global, o que demonstra o enorme potencial de crescimento das renováveis. Apesar do potencial ainda não utilizado, o crescimento, nas últimas décadas, das fontes eólica e solar foi muito maior do que as projeções realizadas no passado. A palestrante destacou, ainda, o potencial do crescimento do hidrogênio, enquanto fonte de energia para a indústria, alternativa com grande potencial de redução de emissões.
Sobre a palestrante:

Talita Esturba é nalista de Pesquisa no WRI Brasil. Ela possui Mestrado em Energia pela Universidade de São Paulo (USP), é graduada em Engenheira Ambiental pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) e também em Direito pela Faculdade de Direito de Sorocaba (FADI-Sorocaba). Talita vem trabalhando com a agenda climática desde 2010. Durante seu estágio apoiou a elaboração de algumas publicações: “Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa no Setor de Resíduos e Efluentes do Estado de São Paulo”, “Relatório de Referências do Setor de Uso da Terra, Mudança de Uso da Terra e Floresta” e “Síntese do Primeiro Inventário de Emissões Antrópicas de Gases de Efeito Estufa Diretos e Indiretos do Estado de São Paulo”. Depois disso, trabalhou por seis anos como coordenadora de programas de mudanças climáticas, trabalhando diretamente com o método GHG Protocol e indicadores de sustentabilidade. Teve também a oportunidade de participar do time que criou o “Guia Metodológico para Inventário de Emissões de GEE na Engenharia e Construção”. De uma perspectiva pessoal, fazem parte de seu lazer astronomia, vídeo games e seu cachorro.